Autoria de Eliane de Santana
“A metodologia STEAM estimula debates em sala de aula, incentivando os alunos a chegarem a diferentes hipóteses e a compartilharem as soluções. Isso contribui para um processo de aprendizagem mais amplo e colaborativo, além de desenvolver competências e habilidades socioemocionais.” - Visão geral criada por IA.
Pois é, esse trecho foi retirado da IA Generativa do Google. Não era assim que gostaria de começar esse texto, porém se estamos falando de oportunidades e carreiras em tecnologia, por que não começar usando o que há de mais avançado na tecnologia hoje em dia?
Aliás, isso também já daria um excelente texto para ser explorado, não acham? Mas, por agora, vamos nos ater ao tema: carreiras e oportunidades na periferia.
Neste primeiro momento, vamos falar um pouco sobre periferias. O que define uma periferia? Ou o que é uma periferia?
Na definição do dicionário encontramos: região afastada do centro urbano e que abriga população de baixa renda.
Vejamos agora um trecho da matéria do jornalista Maurício Pestana, da CNN Brasil sobre periferia: “[...] a falta de cidadania e de direitos humanos brutaliza esses lugares e o quanto o olhar de quem geralmente está distante desses territórios se torna insensível diante de tragédias humanas [...]”
Essa definição reflete a situação atual, especialmente, em relação à empregabilidade de jovens periféricos. E quando se fala sobre meninas e mulheres, aí então, temos números ainda mais alarmantes que merecem ser debatidos e compreendidos para que possam, enfim, serem resolvidos definitivamente.
Como todos sabem existem algumas ações pontuais de instituições como Senac e Sebrae que são patrocinadas por empresas, para que esses jovens possam se profissionalizar e ingressar no mercado de trabalho mais preparados para os desafios do primeiro emprego. Porém, na prática, ainda não é o que se vê.
Além do despreparo intelectual - sabemos que a Educação nas escolas públicas é um completo descaso - existe o despreparo emocional que acomete muitos desses jovens, meninas e mulheres, em especial, afinal essas pessoas convivem com discriminações e preconceitos profundos que atingem diretamente sua autoestima, colocando-as num lugar de incertezas que podem se prolongar por toda vida.
Existe também a sobrevivência. Como assim?
É preciso ganhar a vida, de alguma forma. E, para isso, todo mundo sabe que existem caminhos diversos, entre eles, o crime, tanto para meninas quanto para meninos. Podemos definir isso em um termo: vulnerabilidade social.
As pessoas estão expostas a cenários de lutas e dores que ficam invisibilizadas porque não aparecem nos noticiários, tampouco são temas de novelas. Viver nas periferias das grandes cidades é um pesadelo que nasce e morre, todos os dias, como um labirinto do qual, muitos de nós, não consegue se desvencilhar.
A Educação deveria proporcionar essa ‘saída’, porém estudar está cada vez mais, desafiador, seja pelos problemas estruturais que já fazem parte do cotidiano das escolas, seja pelas questões socioemocionais surgidas a partir da pandemia da COVID-19, e que ainda não receberam o devido suporte, já que tem causado muitos estragos nas vidas dessas meninas e meninos.
Então, falar de carreiras e oportunidades na periferia requer mais do que uma ideia, requer reconhecer que existem necessidades escolares que não estão sendo supridas e se, como dizem por aí, a galera não quer saber de estudar, certamente, é porque estudar num contexto de completo descaso e abandono é uma ‘missão quase impossível’ com a qual, nem todos, estão preparados para lidar, especialmente, se não se tem todo aparato tecnológico que as “Missões Impossíveis” normalmente exigem.
Há, claro, aquelas e aqueles que conseguem se superar e encontrar a luz no fim do túnel; e ainda assim, são lutas inglórias que só quem viveu é que sabe. Mas, a maioria, ainda está presa aos estigmas, às discriminações, ao descrédito que todo periférico sofre; e, o mundo não se importa, mas isso dói e muito! Superar essas dores e cavar oportunidades onde elas - em tese - não podem ser encontradas, é um jogo deveras cruel e duro. Como disse Sérgio Vaz em sua poesia perfeita: “Vida loka é quem estuda…”
Em breve, seguiremos contando um pouco mais sobre essas histórias, porque desejamos ardentemente, ver nossos jovens, meninas e meninos, indo além do ‘padrão periférico’ que a sociedade despejou sobre elas e eles.
Fontes:
Carreiras em STEAM e a importância das escolas na promoção de uma educação igualitária - Educacional
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